O composto Bisfenol A, presente em algumas mamadeiras e outros objetos plásticos muito utilizados para alimentação infantil, pode causar problemas irreversíveis no desenvolvimento nervoso, cognitivo e comportamental da criança.
Qdo nós pais cuidamos da alimentação dos nossos filhos, escolhendo nas prateleiras do mercado produtos de qualidade e saudáveis ou, ainda, quando servimos a mamadeira prestando atenção a todos os cuidados para garantir a higiene e saúde das crianças, estamos totalmente seguros, certo? Nem tanto! Uma substância presente em objetos de plástico, como algumas embalagens de alimentos, garrafas de água mineral, potes de armazenamento e, até mesmo, nas singelas mamadeiras e chupetas, têm sido apontada por médicos do mundo todo como um perigo para o desenvolvimento infantil. Trata-se do Bisfenol A, elemento chave na fabricação de policarbonato e resinas epóxi, materiais que fazem parte da elaboração de muitos objetos que fazem parte do dia a dia de todas as famílias.
O composto é usado pra deixar o plástico transparente mais maleável e resistente a rachaduras, mas pode trazer consequências graves para os seres humanos, tais como alterações no sistema nervoso do bebê, especialmente as que dizem respeito à função da glândula tireóide e ao crescimento do cérebro, além de deficiências em seu desenvolvimento cognitivo e comportamental, como hiperatividade e agressividade.
E não é só isso. De acordo com pesquisas internacionais, muitos outros transtornos da adolescência e vida adulta podem ter a substância como facilitadora. Prova disso é que um estudo publicado pelo National Institute of Environmental Health Science aponta a exposição ao Bisfenol A como fator agravante para o surgimento de ovários policísticos. Segundo a nutricionista funcional Luciana Harfenist, da Clínica Funcionali, no Rio de Janeiro, outros problemas podem também ser apontados como tendo relação com o acúmulo da substância no organismo: puberdade precoce ou tardia, obesidade, complicações cardíacas, diabetes, câncer, abortos e anormalidades no fígado são algumas delas.
No Brasil, ainda é comum qua algumas mamadeiras apresentem o composto e a discussão sobre o assunto, via de regra, só acontece entre os profissionais da área de saúde. Uma reportagem exibida no Fantástico em 16/05/2010 explica claramente o que digo aqui. Aí vai o link pra quem quiser dar uma espiada: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1593588-15605,00-CERTAS+MAMADEIRAS+DE+PLASTICO+PODEM+FAZER+MAL+A+SAUDE+DO+BEBE.html
Recentemente, uma publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária garantiu que a quantidade de Bisfenol A presente em mamadeiras, equivalente a 0,6 mg/kg não afeta a saúde. Porém, a Sociedade Brasileira de Pediatria aconselha a suspensão do seu uso, alegando não haver níveis seguros de utilização da substância por parte de bebês e crianças. O organismo das crianças, ainda em desenvolvimento, não tem maturidade fisiológica para receber tantos elementos estranhos ao corpo humano. O que torna o problema ainda mais grave é o fato de que, como a contaminação é lenta e progressiva, a percepção das alterações é notada somente a longo prazo, quando a única alternativa é o tratamento da doença já desenvolvida.
Diante de tanta controvérsia e incertezas, como é possível garantirmos a saúde e bem estar nos nossos filhotes?
Para nos precavermos, devemos adquirir produtos de plástico com o selo "LIVRE DE BPA", que alguns fabricantes estão incorporando a esses produtos, especialmente os infantis.
Outra dica é procurar um aviso no fundo das embalagens, que adverte que o produto contém o Bisfenol A, e evitar a sua compra. O aviso é identificado pelo número 7 dentro do símbolo da reciclagem (um triângulo). Mas ainda há um problema: a legislação nacional não obriga o fabricante a sinalizar a presença do composto, o que faz com que a informação não seja facilmente encontrada.
Então aqui vão algumas dicas básicas:
- procure armazenar os alimentos em recipientes de vidro, inclusive aqueles que não requerem aquecimento para o consumo, já que o componente é liberado mesmo em alimentos frios quando eles ficam guardados por muito tempo;
- evite preparar a bebida ou alimento com muita antecedência;
- não aqueça diretamente no recipiente plástico;
- nunca esquente nem a mamadeira nem o pote plástico dentro do microondas;
- não ferva nem lave mamadeiras ou chupetas com água quente, basta detergente e água fria;
- prefira mamadeiras e embalagens de vidro;
- opte por filtros de barro ou alumínio no lugar de galões de água mineral
- E lembre-se: a liberação do Bisfenol A é maior quando o plástico é de alguma forma submetido a mudanças bruscas de temperatura (aquecido ou congelado).
Há uma marca de produtos de bebê que é fabricada sem o Bisfenol A. O nome é MAM. O site: mambaby.com
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